domingo, 29 de março de 2009

Olhar diferente...

Desde o primeiro dia que te vi, me apercebi que existe algo que me fascina e faz acreditar que sou capaz de tudo.
Tudo foi espontâneo e quando dei por mim já fazia parte da tua vida. Existem momentos que penso que te deveria ter pedido permissão para o fazer mas, por outro lado penso que foi melhor assim, pois nenhuma de nós contava com isso.
Os dias passavam e os momentos por nós vividos começavam a tornar-se rotina, sentia que já não era capaz de estar um único segundo sem ti mas, continuava sempre aquele mistério, o teu olhar não era como o dos outros.
Cada vez que te tentava olhar nos olhos, tentava, também, conseguir perceber o que sentias verdadeiramente por mim e que sem que fossem necessárias palavras, tu desabafasses comigo…um dia consegui fazê-lo e nem fui eu quem reparou.
Sentia de dia para dia, que as palavras entre nós teimavam em ficar guardadas porque, havia sempre outra maneira para falarmos. Demonstrávamos sentimentos que a muitos passavam despercebidos e tudo porque, existem ainda muitos que não sabem ler o olhar.
Começava assim a crescer uma amizade entre nós que em quase tudo foi inesperada. Tudo veio sem sequer termos pedido. Esta amizade transformou-se em cumplicidade.
Depois de haver cumplicidade pensei que nada mais haveria para completar tal amizade mas, enganei-me, aconteceu algo, por descuido, uma palavra foi dita por ti e aí sim, tudo se transformou. O teu olhar deixou de ser para mim um mistério mas, sim um espelho no qual eu me conseguia rever.
Admiro a capacidade que tu tens, capacidade essa que é esconder muitas vezes o que realmente o teu olhar mostra, camuflas o sofrimento e sem saberes o que fazer, sorris. O teu sorriso mostra que por vezes a vontade de chorar é muitas vezes superior à vontade de sorrir mas, digo-te um dia, o teu olhar ainda vai sorrir.
Tu sempre mostraste ser alguém muito especial, alguém único mas, sabes como é que notei isso? Através do teu olhar diferente…

sexta-feira, 20 de março de 2009

Desculpa-me...

Gostava de não te ter que dizer mas, desculpa-me por ser assim…
Nada disto deveria acontecer porque, tu és uma daquelas pessoas que está lá sempre disposta a ajudar-me, és aquela pessoa que não me deixa cair.
Porquê é que esta palavra tem que existir? Como ela existe, somos quase que “obrigados” a usá-la e muitas das vezes sem querermos. Sinto que já a usei tantas vezes que me vejo obrigada a dizer novamente, desculpa-me…
A minha vida não é propriamente algo do qual me possa orgulhar, tenho tido muitos obstáculos pela frente dos quais não me posso livrar e quando isso acontece parece que não tenho qualquer alternativa…parece que tenho que te magoar e já estou farta de o fazer. Preferia eternamente magoar-me a mim do que te magoar a ti, constantemente. Sei que tu até compreendes o porquê de eu o fazer mas, eu simplesmente não o devia fazer.
Ainda mal me conhecias e deste logo a tua mão, ajudaste-me a limpar as lágrimas que teimam sempre em cair cada vez que me lembro de alguém. Nessa noite senti algo dentro de mim que me dizia para jamais em tempo algum eu te magoasse e sabes, acho que nunca fui capaz de cumprir essa promessa que fiz a mim mesma. E agora te pergunto…terás tu sentido algo parecido?
Não imaginas o quanto me estou a conter neste exacto momento, está a ser mais difícil do que pensava, escrever este texto para ti, é a forma de admitir que errei e isso custa-me porque, nunca pensei que fosse capaz de fazer algo assim. Sempre prometi que não iria magoar nenhum amigo e tenho a certeza que contigo já ultrapassei todos os limites desta promessa.
Poderei andar para aqui, para trás e para a frente, sem saber o que fazer mas, haverá sempre algo que tenho para te perguntar, desculpas-me?...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sonho

Ultimamente tenho sonhado contigo mas, não sei quem és. Apareces de forma sorrateira e desapareces sem que eu consiga descobrir a tua identidade.
Gostava mesmo de saber quem és, sabes porquê? Porque quando estou contigo, sinto-me bem, aliás, sinto-me feliz. Tu mostras-me algo que eu não conheço, mostras-me o mundo visto através do teu olhar. Vês um mundo que não é o meu e no qual eu não me vejo....todos lá estão menos eu e aí te pergunto mas, porquê? Tu respondes...porque tu não existes, tudo isto que estás a ver neste momento faz parte do teu sonho... Nada disto é real? Como não? Eu toco na tua face, eu acarinho a tua mão, eu beijo os teus lábios e sinto aqueles arrepios na espinha que tanto caracterizam um momento único e que só nós dois vivemos...como é que me podes dizer que nada disto existe?
Mas quem és tu? O que queres de mim? Porquê é que te escondes nos meus sonhos e não apareces à minha frente? Eu não conheço o teu rosto, apenas o senti com a ponta dos meus dedos, só te consigo desenhar, não te consigo expressar através do olhar porque, eu nunca te vi, nunca deixaste que eu olhasse para ti.
Não sei bem o porquê de isto acontecer...é estranho sonhar contigo...sinto dentro de mim que fazes parte do meu passado mas, ao mesmo tempo és o meu futuro...és algo incerto mas, que eu conheço...
Será que me estou a apaixonar por ti? Por alguém que nunca vi, nem sequer conheci? Não sei mas, se estou, ao menos não sofro porque, não és real, não existes...és simplesmente alguém que imaginei e a minha cabeça criou. Quero contigo ser feliz, apesar de não saber, ainda, o que me podes dar...quero simplesmente que me digas um, gosto de ti, não preciso de uma palavra mais forte para que exprimas o que sentes...quero que sejas simples e único.

Não te peço nada em troca, não quero que me dês algo que não consigas dar, apenas quero que deixes de ser sonho e te tornes real...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Cumplicidade

É impressionante a tamanha cumplicidade que existe entre nós…jamais esperava na minha vida encontrar alguém que sendo tão diferente se assemelha tanto a mim.
Tudo acontece de uma forma tão inocente que por vezes nem nos apercebemos e só notamos quando isso “salta à vista” dos outros que nos rodeiam.
Acho que nunca vi ninguém ter tamanha cumplicidade com outra pessoa. Não digo que seremos únicas mas, que não há ninguém como nós, lá isso tenho a certeza.
Já lemos o olhar uma da outra e conseguimos perceber o “turbilhão” de emoções pelo qual estamos a passar naquele momento mas, na minha opinião falta-nos algo que ainda ia baralhar mais os que nos rodeiam, sabes o que é? Completarmos as frases uma da outra.
Não sei se acreditas nisto mas, cada momento em que me encontro sozinha, tenho saudades tuas. Sei que será demasiado forte chamar a isto “dependência” mas, é o que sinto.
Realmente é difícil encontrar um momento até agora que tenha sido indiferente porque, até mesmo aqueles em que as lágrimas chegaram, palavras menos bonitas foram usadas, são únicos e são sempre recordados.
Para mim esta cumplicidade é…sermos diferentes em tudo aquilo que somos iguais, é reagirmos de maneira tão igual a determinadas divergências que por vezes fico confusa e tenho a sensação que de que me estou a olhar ao espelho…esta cumplicidade é…simplesmente aquilo que todos anseiam alcançar e nunca sabem como fazer para a ter. E agora te pergunto, o que é para ti ser cúmplice de alguém?
Porquê é que não existem palavras diferentes que possamos usar em pessoas como tu? É que as palavras começam já por se tornar corriqueiras e repetitivas e em muitas das ocasiões vejo-me obrigada a usa-las mais vez para expressar aquilo que sinto em relação a ti. A todo o momento deviam ser criadas novas palavras para também termos oportunidade de escolha, para sabermos que palavra se adapta mais ao tipo de pessoa com quem convivemos.
Tenho medo que um dia tudo isto acabe, sou sincera…tenho medo de um dia não ser capaz de dizer a palavra que tu tanto anseias ouvir e que entre nós comece a existir silêncio…um silêncio angustiante, em que não se é capaz de expressar sentimentos, em que apenas os nossos corações dizem o que sentem sem que os lábios se movam…o meu maior receio é mesmo que deixe de existir esta cumplicidade única que tanto nos caracteriza e a tantos faz confusão.
Não posso querer pedir algo eterno mas, posso, sim, pedir algo que me faça sentir diferente do mundo que me rodeia…algo como um simples gesto, um carinho, uma ajuda sem ser precisa, um sorriso extravagante, uma tristeza distante, uma amiga…o que eu quero é alguém que consiga ser cúmplice de mim mesma…quero alguém como tu…

sábado, 7 de março de 2009

Culpa

Não sei bem o porquê de me sentir,culpada por tudo o que te está a acontecer.Eu bem tento disfarçar,sorrindo a cada momento para que ninguém note que afinal não estou assim tão bem como aparento,estou um ser frágil que não sabe o que há de fazer.
Sempre que apoiei e por isso agora não consigo compreender estas tuas atitudes...nunca estiveste tão calada e isso deixa-me magoada,não consigo mas,sim comigo,porque secalhar não estou a ser realmente tua amiga.Não te estou a dar o espaço que precisas,pois quero que fales comigo mas,tu não o queres fazer e pressiono-te e tu afastas-te ainda mais...parece que neste preciso momento odeias todos à tua volta,não deixas que ninguém te diga nada.
Há uma parte em mim que fiz que tu só estás assim porque "queres" e há outra que se sente culpada por não te conseguir ajudar.
Porquê é que em todos nós tem sempre dois?Uma contradição de sentimentos,constantes e que nos deixam sem saber agir.
Eu não devia sentir culpa de nada,realmente,eu fiz tudo e até algo mais para que tu ouvisses o lado positivo mas,acho que não te conseguir fazer mudar de ideias,tu lá no fundo sempre mantiveste essa ideia na tua cabeça,até mesmo agora,essa ideia foi criando formas,foi tomando cores e está tão próxima de se tornar real,que eu própria tenho receio das dimensões que ela possa tomar.Se queres que seja sincera contigo,acho que todos nós já percebemos onde é que essa ideia,um dia prematura,se tornou adulta,sem sequer ter vivido metade daquilo que havia para viver...e tudo aconteceu naquele dia,em que alguém te disse um adeus e tu simplesmente deixaste de "existir"...todos nós já sabemos qual será o desfecho desta jornada,só tu é que parece que ainda não estás pronta para o admitir e sabes porquê é que te digo isto?Porque tu neste momento estás apenas a pensar numa decisão que já tens como sendo certa e não como estando por confirmar...